PNUK PURANETÉ
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LENDAS QUE INSPIRARAM A COMPOSIÇÃO DAS LETRAS DAS MÚSICAS
DA FEDERAÇAO E COMPANHIA FOLCLÓRICA PNUK PURANETÉ
LENDA DO CABELUDO
Apareceu em meados dos
anos 40, nas matas de Pindaré-Mirim, um homem tipo exótico de tez parda, que
não usava comunicação nem por gestos e nem pela emissão vocabular. Este ser
viveu literalmente insulado pela civilização imposta dos tempos modernos.
O pouco que se sabe
deste estranho indivíduo é que vivia em traje de Adão (totalmente despido) e
que se alimentava de massa de babaçu e que por sinal é bastante nutritivo.
Cabeludo, como ficou
conhecido pela redondeza, era uma pessoa dócil, não importunava quem quer que
seja.
Andava descalço e tinha
unhas grotescas e alongadas. Para ele, a rotação e a translação do planeta
terra não lhe importava. Cabeludo só buscava comida quando lhe desse fome:
bebia quando lhe desse sede e dormia quando lhe desse sono. Assim era este ser
diferente dos tempos modernos, mas parecido com um troglodita ou um homem
oriundo das cavernas.
Este registro óptico,
constante desta reportagem, foi feito pelo fotógrafo Manoel Catarino, com quem
se tem notícias de que Cabeludo tentou comunicar-se.
No ano remoto de 1959,
a vida que o trouxe de modo tão inexplicável, o levou da mesma forma
inexorável, constituindo, assim para a progressista cidade de Pindaré. Cabeludo
a figura mais lendária e enigmática de que se tem notícias até hoje.
A ONÇA DO CANADÁ
Em toda cidade antiga,
alguém sempre conta uma história de gente que vira bicho. Os mais antigos de
Pindaré, contavam que entre Pindaré e Santa Inês, aparecia uma onça que falava.
Nas luas cheias, muitos se encontraram com ela.
Contava seu Raimundo Sá
que viajava para Santa Inês com dois companheiros, numa noite de lua cheia,
antes que saíssem alguém lhes avisou: - Hoje é dia da “onça”. Eles se armaram
com facas e foram. Quando chegaram na entrada do Canadá, o bicho apareceu
grunhindo, resmungando, como se quisesse falar. Sem se demorar atirou-se para
eles, e como já estavam preparados, enfrentaram a “onça”. Como o bicho era
misto, fraco, não resistiu os três. Raimundo e seus companheiros mutilaram a
“onça” que saiu aos berros em direção as casas do Canadá.
Dois dias depois,
souberam que uma velha tinha sido enterrada sem que seus vizinhos soubessem de
que ela morreu. A onça nunca mais apareceu a ninguém, e todos ficaram sabendo
que era a velha que virava bicho.
O MASSACRE
Do outro lado do rio Pindaré uma légua acima da cidade, havia
uma maloca com muitos índios Guajajaras, chamada a “Maloca do Prego”. Esses
índios não trabalhavam, viviam de pedir favores aos que abordavam o porto e o
comércio.
Perto dessa Maloca existia um grande bacurizeiro que não
dava frutos. Seu Leão Maluf sabendo,
negociou com os índios e comprou o bacurizeiro para fazer tábuas, contratou
dois homens para serra a árvore. Quando os homens estavam derrubando o
bacurizeiro, os mesmos índios que tinham vendido para o seu Maluf, amarraram
esses homens, espancaram, invadiram até suas casas, saquearam, e depois os
mataram. Escapou somente um garoto de dois anos que ficou escondido debaixo de
um caixão, e as mulheres que estavam no mato quebrando babaçu. Esse massacre
custou o desaparecimento da Maloca do Prego; alguém conta que ouviu um tiroteio
para aquelas bandas, mas ninguém sabe quem os liquidou.
O PÁSSARO AGOUREIRO
Contava seu Antônio Morais que no tempo da escravatura, em
Pindaré aconteceram tantas crueldades com os escravos, que muitos dos carrascos
davam escândalos, berravam, gritavam dizendo que estavam vendo aqueles que
maltratavam em vida.
O caso não fica só nisto, seu Antônio afirmava que as almas deles continuavam a fazer
assombrações.
Ele contava que em frente à sua casa havia uma mangueira em que
as noites de sexta feira, um pássaro enorme caía sobrea copa da mangueira, e
com um grito horrível, pedia perdão: ¨Me
perdoa, Pedro...¨ e com um
gemido triste desaparecia. Essa penitência durou muito tempo, até que seu
Antônio mandou derrubar a mangueira. Assim terminou o agouro do ¨Pássaro¨
esquisito.
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